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Foto do escritorJorge Guerra Pires

Inteligência artificial e o futuro: qual o futuro do trabalho?




Acredito que ninguém sabe com certeza qual o futuro do trabalho: temos especulações, como as profissões do futuro[1]. Mas sabemos que a IA vai criar um problemão para muitos, assumindo que a ignoremos na hora de investir nas nossas habilidades, de ficar estagnados em empregos repetitivos. Tudo que é repetitivo, desprovidos de traços humanos, como criatividade, será automatizado em algum ponto. A pergunta é quando, quando os custos de automação vão ser menores do que o custo de contratar humanos, quando a legislação que impede vai ser derrubada. Alguns empregos são mantidos por questões sociais, como trocador de ônibus, ainda presente em cidade brasileiras, mas extinto na Europa. Roleta é coisa de brasileiro, até onde sei. Eu odeio roletas!




Na região onde moro, é comum “o sinaleiro”. Curioso que sou eu, perguntei a um amigo que trabalha nessas empresas o que faz um sinaleiro. Simplesmente sinaliza aos carros e caminhões. Qualquer sistema de processamento de vídeos/imagens, mesmo simples, consegue substituir esse profissional, que tirando as piadas boas que deve fazer, o robô faz melhor e mais barato. A empresa que contrata esse pessoal tem um instituto que pesquisa aprendizado profundo, e estava pesquisando formas de automatizar algumas operadoras. Conclusão: a empresa está usando essas pessoas, como quebra-galho. A questão é quando essa profissão vai desaparecer, muitas dessas pessoas possuem baixa qualificação, nem ensino médio completo.


Assim que for mais caro usar humanos, acredito que muitos serão demitidos. No caso do sinaleiro, acho que já podem demitir, mas talvez ainda seja barato contratar humanos. O mais triste: não estão procurando se aperfeiçoar, estão dormindo em cima de um campo minado, onde o gatilho reside um na IA e outro no governo; qualquer lei mal feita, com intuito eleitoreiro, pode criar uma demissão em massa, e sabemos da burrice do nosso governo quando pressionado pelo povão. Antes que acuse o Brasil, similar casos ocorrem nos Estados Unidos.


Em documentário[2], mostrou-se que a profissão de caminhoneiro está cada vez mais desvalorizada, devido ao risco de automação.


Na Inglaterra, uma vez saiu no Jornal da Cultura: eles estão oferecendo vistos especiais para caminhoneiros, não acham mais pessoas dentro em número que respeite a demanda interna depois do BREXIT no país que queiram gastar tempo na profissão; os ingleses estão investindo na preparação dos seus cidadãos para a indústria 4.0. Qualquer pessoa que pensa dois passos à frente sabe que é uma profissão morta, morta pela automação por vir.


Como exemplo, quem diria que o YouTube seria um espaço profissional, onde profissionais que começaram suas vidas nas mídias tradicionais estariam fazendo lives?





Figura 9. Trabalhos que podem ser automatizados nos próximos anos. Baseado em research.com.


Anteriormente, mostramos um caso da medicina, onde mesmo um algoritmo sem inteligência conseguia segmentar um tumor usando um encefalograma. Isso geralmente é trabalho de médico.





E a medicina?


“Se tudo ocorrer como o planejado, estamos caminhando para um futuro de automação na medicina. Um dos conceitos mais interessantes, seguindo as tendências de mercado, para o bem ou para o mal, seriam tratamentos cada vez mais personalizados para o indivíduo. “Pires (2021)[3]



“Médicos possuem uma probabilidade de 18% de serem substituídos por automação; para efeito de comparação, carpinteiros de 50%. Esse espaço para automação é onde entra modelos matemáticos e computacional, apesar de que não é a única aplicação.” Pires (2021)[4]


Talvez um ponto interessante de levantar aqui: por que carpinteiro é somente 50%, apesar de ser mal pago comparado com médicos?


Quando vi esses números ao escrever esse livro, fiquei surpreso, devo ser honesto. Refiro-me não ao número em si, mas à relação entre carpinteiro e médico.


Tirando distorções do nosso sistema dito meritocrático, chamados por alguns de armadilha da meritocracia, o paradoxo de Moravec traz para atenção que atividades motoras, que seriam do carpinteiro, seria complicado de replicar, mesmo de uma criança: cálculos são mais fáceis de replicar em computador, comparado com atividades simples como mover um braço e pegar algo.


Por isso, acho estranho esse número. Eu diria, baseado em reflexões, que médicos deveriam ser mais fáceis de serem automatizado; aqui não estou falando de cirurgiões e profissionais médicos que usam atividades motoras de forma predominante, que seriam realmente carpinteiros do corpo humano. A parte de diagnóstico, ao meu ver, é facilmente automatizada, respeitando o progresso por vir. Não vejo por que médicos, vistos como profissionais de diagnósticos, não poderiam ser automatizados. Já existem apps que fazem diagnósticos[5].Lembra da segmentação de tumor cerebral? Isso geralmente é feito por médicos. Dr House, por mais legal que seja, seria um computador, não um humano.




 

[1] Matéria de Capa | Empregos no Futuro. https://www.youtube.com/watch?v=yUC1OX5CkTE&t=424s [2]In the Age of AI (full documentary) | FRONTLINE. https://youtu.be/5dZ_lvDgevk?t=2015 [3] Pires, Jorge Guerra. Uma introdução aos métodos matemáticos nas ciências da vida: aprendendo sobre modelos computacionais e matemáticos aplicados à biologia e medicina, vol. I (p. 101). Jorge Guerra Pires. Edição do Kindle. [4] Pires, Jorge Guerra. Uma introdução aos métodos matemáticos nas ciências da vida: aprendendo sobre modelos computacionais e matemáticos aplicados à biologia e medicina, vol. I (p. 225). Jorge Guerra Pires. Edição do Kindle. [5] Pires JG. Alguns insights em Startups um novo paradigma para a tríplice aliança ciência, tecnologia e inovação: a novel paradigm for understanding the triple alliance of Science, Technology and Innovation. Rev. G&S [Internet]. 1º de fevereiro de 2020 [citado 16º de outubro de 2022];11(1):38-54. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/rgs/article/view/28626





 

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